Diário de numa quarentona gorda - xxl

A pandemia obrigou todos a fazer uma análise de tudo e sobre tudo, seja forçada ou não. 
Mas acho que os 40 trouxe a estupidez que não me afectou na adolescência. A estupidez do baixo amor próprio e de não me sentir bem na minha pele. Porquê? Porque estou num ponto em que me sinto no pior. Sou a pior das mães, a pior das companheiras, a pior das amigas a pior tudo. Ver as vidas "perfeitas" nas redes sociais ainda piora as coisas. Absorve-se aquela ideia que estás confinada de pijama mas tens de ter baton posto, os putos entretidos, tens de ter a casa espectacular e um corpo brutal.
Em suma, as tuas tarefas têm de demonstrar que és perfeita.
Pois... acho que ando a insuflar e quando dei por mim pareço que estou grávida a tentar apertar as botas, depois de dias de pijama as calças de ganga afixiam e olhar para o espelho é por segundos apenas para essencial... porque no meio de trabalho, escola e tarefas fica muito pouco para desfrutar. 
Depois há a frente da aceitação que manifesta o amor próprio em xxl e que não temos que seguir as medidas impostas e que sendo tamanho grande também se consegue ser linda e sexy. 
E quando não te identificas nem com uma frente nem com outra???
Quando te sentes entalada no meio e não queres seguir o que te apresentam????
Esta vida do tens que fazer, tens de ser, tens de mostrar, tens de atingir quando nos permitirá o ter de VIVER?


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