Grito Mudo #1
Hoje, depois de tanto tempo e tantas batalhas, vejo-me aqui num ponto só. Num ponto de não evolução nem resolução. Num ponto de frustração sem saber como nem compreender porquê.
Sinto que fui abandonada à sorte. Não há luz, nem uma trégua, uma satisfação que seja.
Será que estou assim tão merecedora de tal destino?
Será que o que escolho percorrer não é o meu caminho?
Esta corrente está cada vez mais forte, os meus braços enfraquecem perante tais contrariedades e estou sem ânimo continuar.
Brado silenciosamente aos céus e ao coração. Perco a fé de algo pode melhorar. Tudo à minha volta me asfixia e as luzes que vejo para lá das fechaduras são de portas para as quais não tenho a chave.
Tenho ganas de rasgar a carne e sair da minha própria pele. Sinto pesada a carga, estou cansada, farta e faminta de leveza, de alegria de paz.
Não quero ser quem sou, não quero ficar presa nesta pele que me aprisiona.
Quero o que não sou, quero o que já fui. Quero o que não sei se jamais serei.
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